100 Maneiras de provar os Açores
Não é por acaso que Ljubomir Stanisic é um apaixonado pelo arquipélago dos Açores – e que S. Jorge encabeça a lista das suas ilhas favoritas… Este pequeno ponto no Atlântico, famoso pelas suas fajãs, é pequeno apenas nas dimensões, mas enorme nos tesouros que guarda dentro das suas fronteiras (como inhame, banana, ervas aromáticas, amêijoas únicas no mundo, peixes de todos os tipos, queijo, leite, manteiga e até café).
Por isso, não foi de estranhar que o chefe dos restaurantes 100 Maneiras e protagonista dos livros e programas de televisão Papa Quilómetros não tenha sequer pestanejado quando recebeu o convite da Câmara Municipal da Calheta para realizar uma acção de formação com quase duas dezenas de cozinheiros de restaurantes locais. O objectivo? Ensinar a estes profissionais formas criativas de utilizar a matéria-prima autóctone e assim distinguir e tornar única a oferta gastronómica da ilha, fundamental para o desenvolvimento do turismo sustentável.
Neste “Encontro com a Gastronomia”, os cozinheiros locais tiveram a oportunidade de aprender, ao vivo e a cores, com o chefe “tugoslavo” e o chefe executivo dos restaurantes 100 Maneiras, Vítor Adão, técnicas básicas de cozinha, de organização e mise-en-place, mas também receitas várias para a valorização dos ingredientes autóctones. Na formação de 32 horas, incluíram-se também algumas noções básicas de serviço, num módulo dirigido por Nuno Faria, um dos sócios e director de F&B dos 100 Maneiras.
O teste final da formação aconteceu no passado dia 13 de Março. Os formandos juntaram-se à equipa do 100 Maneiras para confeccionar um jantar para mais de 200 pessoas, com base nos produtos locais. Da ementa constavam produtos como a amêijoa da Fajã de Santo Cristo (servida com puré de inhame, creme de alho fumado e funcho da ilha), queijo de São Jorge, dentro do qual foi servido um arroz de peixe da ilha (arroz de rocaz e espadarte com caldo de lagosta e amêijoas da Fajã de Santo de Cristo) ou banana dos Açores, utilizada na sobremesa (mil-folhas de sericaia, banana caramelizada e creme de baunilha). E até as mesas estavam decoradas com flores, pedras e madeiras recolhidas durante esta semana de formação um pouco por toda a ilha.
O sucesso da iniciativa prevê um regresso próximo. Porque a sustentabilidade, genuinidade e identidade da ilha, do arquipélago, são substantivos que se conjugam afinados num certo português-jugoslavo…